O canto do vento no canto... / Logo depois do minuano...

O canto do vento no canto...

Véra Lúcia de CamposMaggioni®

Vera&Poesia®

É noite!

O vento bate no canto da casa e eu já não sei

Se quem canta mais é o vento ou o canto.

O vento se quebra urrando ou melodiado no canto

Da casa onde a vela se acende ao espanto - espreitando

Deleita-se no canto dos cantos - na casa - no campo -

E em poética veia, o vento, o tempo, o pampa, o canto?

O vento no canto lida no embalo, no extravio do avio,

Na lida, retumba in_sol_ente, prossegue em assobio...

No canto o vento se espalha soando campeiro,

Munido dum anúncio que leva zombando...

E, diz o pampeiro, às vezes, com o riso lígio no meio,

Do canto, do vento, da dança, do luzeiro, e por donde cruza

Isento tal lírio, do caminho, das pedras, da riqueza do meio:

- Que lindo é o Cruzeiro do Sul! - O Vento? - Norte ou Sul!...

- E eu? - Vento, ao vento, cantando em conjunto aos Campos!

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Em 19 de setembro de 2009

Direitos autorais reservados

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Um novo ciclo no ano!

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

...Ventando ao papel

Permanece a voz (soprada)

De uma fala concreta a um teatino,

E que no agora me vem à lembrança:

“- Não te assusta meu velho,

Dizia o avô João:

- É o minuano que sopra no pampa,

(é sina no campo, sinal do tempo)

Prenunciando um novo ciclo no ano!...”

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Em 19 de setembro de 2009

Direitos autorais reservados

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Os tempos no pampa!

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Um chuvisco se risca ao vento

No piscar dos trincos do Sul,

E o gelo ao campo se trinca...

Brinca!

Vento atrevido, anda, varre,

Voa purificando ao seu tento

Os tempos no pampa!

(amansa)

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Em 19 de setembro de 2009

Direitos autorais reservados

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Logo depois do minuano...

Véra Lúcia de CamposMaggioni®

Vera&Poesia®

Logo depois do minuano

Sopra um vento

mais manso –

Tudo refloresce

como em dia santo,

Mostra-se o manto

de um ar mais branco!

Pra se ouvir o silêncio

É preciso que antes haja barulho -

Assim se amoldam os tempos

no pampa.

( Ouviste o galope..., que ora cessou?)

- Que Deus te abençoe, meu filho!

(...assim profetizava a avó Conceição.)

Véra Lúcia de CamposMaggioni®

Vera&Poesia®

Em 19 de setembro de 2009

Direitos autorais reservados

Véra Maggioni
Enviado por Véra Maggioni em 04/11/2009
Reeditado em 03/04/2011
Código do texto: T1905147
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