Esta batalha

Queria eu apenas por um momento

Acreditar que seu amor me é suficiente

Que este insensato amor preenche

Todas as lacunas deste falho ser que sou

Que toda essa ilusão de que liberdade

E amor caminham juntos

Fosse o que realmente devo acreditar

Fosse o que realmente poderia acreditar

Que este delirante amor que me fere

A cada recomeço por devaneios persistentes

E em sentimentos distorcidos e inacabados

Não fosse a única razão do meu viver

Que cada manhã que cismo despertar

Para esta vida confusa, sem direção.

Eu tivesse a alegria de me aconchegar

Nas mesmas palavras doces, de quando estou distante.

Queria eu apenas por um momento

Acreditar que a vida é isso mesmo

E que nunca iremos sentir

Todo o prazer de uma felicidade constante

Que nada passa

Que nada poderá passar assim

Não por mim, não pra mim.

Que sou tão exigente

Que em meio a isso tudo

Você conseguiu construir colunas

A este castelo de areia que me vendes tão bem

E adentrar neste sonho como se as ondas nunca fossem chegar

E não que se ergueu um grande castelo

Na beira da praia, com toda a polpa de ilusões.

E por mais que a maré venha a subir

Seu castelo nunca irá desmoronar

Queria eu apenas por um momento

Acreditar que isso não é só o que seu amor me oferece

Que irá me dar um chão para pisar

De sólido concreto, pra eu nunca mais tombar.

Que eu vou sentir tudo na pele

Tudo que me sentes

Tudo que me queres

Na simplicidade de apenas ofertar

Que os sentimentos são de verdade

Que há verdade em toda a esperança pregada

Nos conselhos de boas pessoas

E não me sentir a isso tudo tão contrária

Que falamos a mesma língua

E conseguimos nos entender perfeitamente

Que seremos felizes por nós e mais nada

E não para que proves do que és capaz

Queria eu apenas por um momento

Acreditar que se nada disso fosse real,

Você me livraria disso tudo, tudo que é mal resolvido.

E não me despejaria todo o peso de suas afirmações

Que não vou te ver me condenando a esse elo sem jeito

Onde não sou igual a todos

Que pensam na tradição

Das coisas simples da vida

Que não vou querer saber dos motivos aparentes

E sem parênteses ver sua face límpida

Não me encaminhar à culpa

Dos estornos pelo passado

Que não vou querer desvendar os porquês

Não vou usufruir do mundo

Tudo que ele pode me oferecer

E que sei ser capaz de conquistar

Queria eu apenas por um momento

Acreditar que estar ao seu lado me basta

Que juntos alcançaríamos o paraíso

E teríamos em realidade a fusão de nossos sonhos

Que suas atitudes não me cortariam as asas

Que suas palavras não me ensinariam a pousar

Que a avareza de calor não contemplariam

Todos os impulsos em ser quem sou

Que mesmo que insuportavelmente sufocante

Tu não calarias meu grito

Que talvez por capricho

Eu não continuaria com isso

Que mesmo sabendo que morreria um pouco

Nesta batalha de gigantes

Eu não abandonaria meu mundo

Para somente amar você

Senhora Morrison

11/07/2006

Senhora Morrison
Enviado por Senhora Morrison em 12/07/2006
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