Metavida

A irônia não existe apenas na ficção. A Ironia é vida.

Enquanto buscamos incessantemente uma certa perfeição, atingir o ponto máximo do nirvana pessoal e vamos deixando para trás a humanidade, nos tornamos, ou parecemos nos tornar inatingíveis.

Santa no altar, irredutível, feita de algo que torna você quase éter.E alucina.E cria dependência.

Você tenta largar do vício, toda e qualquer dependência é ruim, mesmo a dependência da perfeição.Esqueceram de dizer, que a perfeição não existe.

Então desmorona, então se torna inacreditável. Você viu, você é capaz de perceber que a perfeição não existe, mas você procura explicações.Não, não pode, não pode ser.

A perfeição que aproxima é a mesma que afasta.A mesma que dá medo. Uma perfeição violenta e todo o seu contrário.Tão perfeito que não serve.

Eu sou humana.Eu juro que luto muito, às vezes, para neutralizar certos vícios humanos, mas eu juro, eu sou humana. Não quero que tenham medo de macular minha "perfeição", nem que minha "perfeição" não seja capaz de aceitar falhas, ou deslizes.

O medo afasta. Sei que o medo também é um certo respeito, um certo ato de preservação, mas o medo leva às mentiras desnecessárias.Não, não estou falando de omitir, estou falando de mentir, de "mudar" a verdade.

Nem as mães são perfeitas. Elas amam, é bem isso.

Voltamos ao amor.Ele explica tudo sem dizer uma palavra. Ele explica na sua existência e na sua imanência.

E por mais que sentimentos de alguma fúria e um "quê" de mágoa apareçam, eles são tão irrelevantes. Não deixo que isso mate todo meu lindo jardim. Prefiro espetar a mão em cada espinho de cada rosa, a largar meu jardim. Prefiro morrer antes de ver meu jardim morrer...pois sei que não suportaria.

Ursel Schwartzinger
Enviado por Ursel Schwartzinger em 30/11/2009
Código do texto: T1951872
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