POR CAUSA DO POLEGAR

Quando muito pequenina ao ninar-me pra dormir
Chupava o polegar ao invés de uma chupeta
Só não entendia porque isso era tão censurado
Até mesmo o meu pai tentava me proibir
E quando isso acontecia eu passava a noite em claro
Sequer fechava os olhos era tão grande a tristeza
Que mesmo tão pequenina sentia-me rejeitada
Insignificante, sozinha e o que é pior, não amada.

Passou-se o tempo, eu cresci e sem uma explicação
Com apenas três aninhos desisti da tentação
Deixei de chupar o dedo, porém busquei solfejar
Bem baixinho uma canção para a ninguém incomodar
E querem saber, deu certo, funcionou!
Tive as noites mais tranqüilas e papai me perdoou
Até me incentivou a escrever e cantar
E nunca mais fiquei triste por causa do polegar.

Brasília, 08/12/2009