Razão X Coração (Saudade)
Razão – Quieta-te coração! Já provaste do gosto da saudade outrora, sabes o sabor que tem.
Coração – Por mais amargo que seja o conhecido gosto da saudade, não hei de calar-me. Não há meios para amansar a dor de um adeus, mesmo que este não seja o primeiro.
Razão – Mas é claro que há. Não te queiras molhar a face com teu pranto, lembra-te de como dói e lhe toma uma distração.
Coração – Não quero distrações, quero minha metade perto de mim! Onde eu possa sentir o calor de minha existência.
Razão – Tens que se conformar, não é novidade que vida é recheada encontros e despedidas.
Coração – Pois não me conformo. Quando puder tê-la outra vez em meus braços, aí sim, acalmar-me-ei, mas não agora. Agora o que me resta são as doces lembranças daqueles sorrisos e olhares tão angelicais.
Razão – Estás a fazer drama, eternizando com palavras mais um momento de fraqueza.
Coração – Se sentir saudades é uma fraqueza, orgulhar-me-ei sempre deste demérito porque para mim, sentir falta de alguém que se ama tanto é uma prova de amor verdadeiro.
Razão – És tolo em pensar de tal maneira. Torna-te forte e me dá ouvidos, melhor procurar o que te ocupe o pensamento. Isto não te tornará infiel.
Coração – Não me tornará infiel, contudo, também não me fará fiel ao meu romantismo. Eu sou um tolo apaixonado e assim espero ser enquanto viver.
Razão – Qual prazer sentes ao canalizar teu pulso a mais momentos entre ti e uma nova folha de papel?
Coração – O prazer de receber mais sorrisos apaixonados, mais olhares graciosos de agradecimento e mais deleites de amor aos braços de minha amada. E tens o conhecimento de que tais sensações são de valor inumerável e inigualável.
Razão – ...