Cinzas...
E aqui estou, sozinho, com o fígado mole, arrasado,
A fantasia rasgada, de cara pintada, cabelo molhado,
Pulmões fracos, um tanto enjoado, olhos amarelados.
Acabou meu carnaval quando você tirou sua mão de minha cintura,
Sei que se cansou, foi buscar um romance, enjoou dessa loucura,
Sou pierrot que não chora, apenas observa, curtindo a vida, dura.
O confete entrou pelas narinas, tapou-me a respiração, sufocamento,
A serpentina laçou-me as pernas, vendou-me os olhos, só sofrimento,
Em meio aos restos da folia, vivendo a sensação de intensa agonia,
Corpo e alma são cinzas, mas um simples sopro seu, tudo abrasaria.