Verdade de 'faz de conta' (poema em prosa)

Portas, janelas trancadas.

Frio cortante. Arrepia. Perpassa o agasalho.

Silêncio real. Toma conta. Instala-se vencedor.

(...não há quem ou o que se lhe faça oposição...)

A última lâmpada é apagada.

O diálogo se estabelece... rotina da noite.

O mesmo diálogo, a mesma rotina.

Deitar e... esperar

(...perco-me entre os sonhos sonhados...

desejos insistindo por proclamados beijos...)

Que rumo terão esses sonhos?

(...sonhos solitários, sem sorte...

- sabe-se lá... quem sabe a morte?)

Brinco seriamente com a verdade.

Banalidades, talvez... ou simples exercício de liberdade.

A decepção sufoca, o ar é pouco.

Para consolo de mim mesma iludo-me com meus diálogos febris

(...há sempre um desejo concretizado na ilusão que persiste...)

Silêncio. Escuridão. A noite aumenta.

...chegará um novo dia?

Enquanto espero, faço de conta que sou feliz.

lilu
Enviado por lilu em 03/03/2010
Reeditado em 16/06/2010
Código do texto: T2117917