Verdade de 'faz de conta' (poema em prosa)
Portas, janelas trancadas.
Frio cortante. Arrepia. Perpassa o agasalho.
Silêncio real. Toma conta. Instala-se vencedor.
(...não há quem ou o que se lhe faça oposição...)
A última lâmpada é apagada.
O diálogo se estabelece... rotina da noite.
O mesmo diálogo, a mesma rotina.
Deitar e... esperar
(...perco-me entre os sonhos sonhados...
desejos insistindo por proclamados beijos...)
Que rumo terão esses sonhos?
(...sonhos solitários, sem sorte...
- sabe-se lá... quem sabe a morte?)
Brinco seriamente com a verdade.
Banalidades, talvez... ou simples exercício de liberdade.
A decepção sufoca, o ar é pouco.
Para consolo de mim mesma iludo-me com meus diálogos febris
(...há sempre um desejo concretizado na ilusão que persiste...)
Silêncio. Escuridão. A noite aumenta.
...chegará um novo dia?
Enquanto espero, faço de conta que sou feliz.