Sem dono

Às vezes, eu mudo a cor,

mudo de tom

porque já me sei de cor

e me entristeço com todo o cinza;

quero um arco-íris

e quero todas as cores.

Às vezes, eu mudo de casa,

mudo de mim,

me acho tão inquieto

nesses meus lugares;

quero novos ares.

Mas, não me abandono,

nem faço descaso.

Sou eu mesmo, me procurando;

verdadeiro cão sem dono.