Muralhas...

Criam-se heras... Arrastam-se pelos muros... Pelas estradas...
As palavras são gotas que brotam nas esquinas... Arrastam-nos.

Ainda sobram os sorrisos... Mas, esses falham...
Então, restam as lágrimas... Mas, essas já secaram...

Não digo nada... Quando falo... Então, calo-me.
Soluço... Brinco... De Argolas... De metal enferrujado...

Conheço bem os passos largos...
Chegam rápido... Falta o fôlego... Cansam...

Molhei os lábios, para dizer o que precisava...
Era uma doce melodia... Um dizer "Amor", em nostalgia...

Molhei o corpo, em chuva que doia...
E o amanhã ganhará o traço que alguém escreva para mim...

Vejo que são suaves os olhos que me escondem...
A lua disse, ontem... Hoje, ela diz... Silencie...

Criam-se asas... Nas palavras...
Elas suam... E chegam a gaveta da boca, derretendo em cera...

As muralhas criadas... O subconciente que atrapalha....
A inteligência que falha... Lacunas que ganham espaço, no texto mais desejado...

Versos e reversos de uma história criada em nós...
Assino cada palavra dita... A arte verdadeira de caracteres.


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