Cidade

Chego as ruas sempre às 7 horas.

Venho meio dormindo,menos cuidadosa,ansiosa pelo café quente do bar da esquina.

Hoje uma vaga sensação de desconforto me fez olhar em volta.

Montanhas de lixo cobriam as calçadas,não havia mendigos.

Numa perspectiva distorcida,a rua me pareceu longa demais,ratos demais,riscos demais,pessoas de menos.

Acordo sempre aí,quando acho que esqueci alguma coisa,talvez um lápis no bolso.

Tinha acontecido um "terremoto" no RIo de Janeiro,e eu,no meu

quarto,filosofando com meu cachorro, não tinha me dado conta.

Fiquei com uma vergonha de "Patricinha",escondi o rosto sob o guarda chuva,e agradeci à Deus pelo imenso carinho comigo.

Por não ver meus filhos desabando morro abaixo,nem minha mãe

presa na lama do descuido. Graças também à Deus,siquer ouvi o Governador.

Fui mesmo muito acarinhada nesta manhã!

Sonia Aimée Laupman
Enviado por Sonia Aimée Laupman em 06/04/2010
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