" Vendo  a  vida  lá fora "





Da janela, observava a vida com carinho, zelo e esperança. 
Que mundo lindo! Uma árvore frondosa e os pássaros 
que se recolhiam no final da tarde em algazarra alegre e feliz. 
Às vezes um Sol que se apresentava em um céu lindo
 e de muitas nuvens claras. Ás vezes um Sol escondido
 por de trás das nuvens escuras,  que não se apresentava de todo, 
mas se fazia presente na sombra deixada 
no outro lado do objeto opaco. 
Ela, a Menina, sentia-se bem feliz em diligenciar pontualmente
 em todos os pontos que a vida lhe oferecia. 
Sua contribuição era o encanto, a alegria e a contemplação,
 era o que podia fazer, e fazia com prestativo e incondicional amor.
A chuvinha chegava anunciando a irrigação das flores
 e o botão de Rosa desabrochavam em movimento lindo e comovente.
Tinha outra janela na casa e ela iria se arrastando 
em movimentos que a vida prestativa lhes deixara de sobra. 
Quanta outra coisa veria da outra janela, um pouquinho depois, 
após saborear tanta vida que a vida lhe apresentava nessa janela do lado direito, essa abertura para o mundo, onde ora se encontrava.
Seus pais bem pobres, mas esforçados o suficiente, para manter a esperança que um dia teria uma cadeira de rodas
 para ver a vida ainda maior, a vida que se contempla, 
lá do lado de fora.

evaldo.veiga@gmail.com