Tempo
Pelas várias camadas de uma sexta-feira, ter-se-ão feitas muitas festas para um dia tão comum.
Pelas várias soleiras de um domingo, um "sunday", dia do sol, dia de missa, far-se-ão meditações constantes e virão medos acerca de um dia posterior....
Segunda que dizem é dia de preto... segundo dia da semana... dia de trabalho, só por isso é de preto? Preto insurreto... agora dia de anarquia.... bela em preto e vermelho.
Terça, quarta, quinta... pura rotina, pura transição para a sexta que se aproxima... se aproxima a medida que servimos a um mundo cruel.
A sexta que se aproxima... a medida que meditamos em ser felizes? ... não... buscamos da dor o sofrimento.
Mas onde está o sábado... transição entre sexta e domingo... ele não existe, é como atravessar o meu corredor por dobras de espaço e tempo.
Dias... não passam de dias, de dores, dormidas e dicas. Dará os dramas diurnos densos, ditos a cada corrida d'encontro ao tempo.
Eu passo e passo tanto por tudo, todo tormento, e nada sinto além da adrenalina que contamina minhas palavras e faz de mim algo mais que um poeta-pergunta que corre pela arguta "highway" entre pedras no caminho.
Não pergunto mais.... sei que não há resposta... sei que tenho a resposta, em algum lugar do universo... dentro de mim. Meus cometas, meus planetas, minhas estrelas... correm... mas eu não... porque sei que não posso alcançá-los... não preciso alcançá-los... estão na palma da minha mão.
Entre as unhas e as carnes dos dedos... entre o coro cabeludo e cabelos escorridos... mora o mínimo espaço através do qual se corre em mínimo tempo... o meu sonho guardo da luz... que tão rápido pode estragar a surpresa.