BENDITOS SEJAM!

Ser inteligente que parasita seu meio-ambiente... causador de dor e sofrimento... esperando sua bateria-pagamento que se esgota porque alguém guardou pra si... e morre de rir porque foi mais esperto... mas quando olhamos de perto, percebemos quem é... é alguém que se faz de cego e de louco, mas isso se for pego... daí o ser perde o sossego, porque sua cria chora de fome e tá doente e precisa de remédio e quer crescer forte pra ser igual o ser inteligente... que perde a vontade da vida... e vira suicida com a cria no colo... porque o mundo dói e surra... mas a cria quer ver o mundo bater, não tem medo... e se enche de segredo trancado no banheiro... sabendo que um dia também vai ser... e precisar ir pro batente... que tudo vai se repetir, se refletir... que não vai ser diferente... na real tudo igual... sonhando bem e ganhando mal... ou, sei lá, pedindo no sinal, fingindo ser aleijado ou coisa assim... por que não bater no mundo se ele te bate? Daí vai escolher alguém pra representar direitos e lutar por vantagens... e percebe que quem veio antes só fez sacanagens... e chorando, sorri amarelo, porque enxerga o motivo de estar ali, só com o farelo... e finalmente aceita que é um ser inteligente e paralítico, porque é impotente no meio de tanto político... aceita ser um ser igual seu pai calejado, que sempre sofreu calado... e deita sua cabeça no travesseiro com uma puta dor nas costas, pensando que amanhã tem tudo de novo... e que não pediu pra ser povo, só queria paz... mas paz tá lá longe onde nunca existiu... e para os de lá, aqui ainda há... mas na verdade é só guerra, e guerra não acaba enquanto pudermos lutar... nossa batalha sem bombas... em que perdemos pra canetas e lábia... a lábia das sombras sem nomes... porque alguém esqueceu de lembrar... e assim continua, uma cria após a outra, uma comendo a outra... na guerra da sobrevivência... no uso da fenomenal inteligência... de pé e de cabeça abaixada... obedecendo e não entendendo nada... com o pasto garantido e a baia paga. Benditos sejam os humanos!

Alex Steinhorst
Enviado por Alex Steinhorst em 21/08/2006
Reeditado em 22/08/2006
Código do texto: T221958