Cajá

Um fruto, regozijo primeiro, espasmo da estação.

Vira pedra em caminho, vez primeira.

Visão segunda, já reconhecendo folhas, motivos suculentos.

De razões maduras, dentada na casca dura presenteia degustação saborosa na carne.

Ilusão de fruto verde.

Armadura amarga envenena paladar tornando face doce.

Onde infância de igual sabor revela chão.

E inocente se sente ao ver difíceis fios entre dentes.

Os que caem fadados a morte da não degustação geram mais que do são.

Podres de convicções.

Alimentam minhocas, visão de solo futuro fértil.

Acreditado pelo Criador na engrenagem da sobrevivência.

Por vezes sementes outras com destino predial são abortadas.

Vêem-se castradas e expostas como sinal de compaixão.

Contraditória atitude à liberdade.

Mas germina mesmo assim no peito com orgulho, por uma inocente utopia.