ÔNIBUS NÃO SÃO POÉTICOS (agora em prosa por sugestão do amigo JMonks)

Os ônibus não são nada poéticos.

Eles só admitem poesia em suas janelas como se fossem emplastros para curar as suas dores ou até mesmo as dores dos homens e mulheres que carregam.

E tem mais, eles raramente nos deixam ler, seja prosa, seja versos. Escrever então são intransigentes: não admitem. E se você tentar ele joga você de um lado para o outro feito melancias dentro de um caminhão que no final da viagem estão todas ajeitadas. No entanto muitas estão machucadas, batidas, abatidas, condenadas.

Eles estão sempre de sentinela, se você não estiver atento transformam sua viagem em orgias. Esfregando um no outro, num cheiro único de suor que em dia de chuva mais parece cheiro de cachorro molhado. Empurram você para cima de qualquer um. Não escolhem. Nosso destino é incerto.

Os ônibus adoram o “povão” e aqueles que têm nariz mais empinado (alguns pensam até eles é que são gente e os demais são animais ou seres sem sentimentos) nem passam por perto, com seus motoristas engomadinhos.

Se alguém contrata ônibus para excursões é certeiro um pagode, uma cantoria, mas poesia nem pensar. Não admitem.

Ontem mesmo embarquei num para um pequeno trajeto. Logo eu que nem tenho nariz empinado, mas estava desacostumado, foi um horror (no bom sentido... se é que pode haver bom sentido neste caso).

Além do mais eu que tinha escrito um monte, restou apenas isto. Não entendendo mais, nem a minha própria letra...

Ônibus trapaceiro!

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09.05.10

Seguindo a sugestão do amigo Joaquim Moncks transformei o poema em prosa.

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 09/06/2010
Reeditado em 09/06/2010
Código do texto: T2309533
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