Água Amarela

De repente

Acordo assustado

Por um clarão...

Alguns segundos depois

Um barulho quase ensurdecedor.

Através das frestas da parede

Poderia ver completamente

O rebuliço exterior:

Relampagos,Trovões e a força

Descomunal do vento.

Sim!Através das frestas da parede,

Pois eram feitas de ripões de coqueiros.

As juçaras,perigosas feito agulhas afiadas,

Mas a segurança incomparável.

Imagine!A cobertura de capim sapé,

Amarrados uns sobre outros

E nunca molhava no interior desta fortaleza.

Então, caia o temporal...

Daqui via-se a estrada

Coberta pela enxurrada.

Aqueles assa-peixes da lateral

Pareciam bailar com a força

Da água e do vento.

Adormeci e quando acordei,

O sol já ardia a areia branca

Que cobria aquele caminho.

Segui então o rastro da água

Até o encontro com o córrego

Que muito nervoso estava a urrar,

Encantado com forças conjuntas:

Água,Vento,Barro e Luz.

Olhando o seu leito,

Descobri porque a sua Água

É Amarela.

Sebastião Bronze
Enviado por Sebastião Bronze em 03/09/2006
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