EMPÁFIA.

Pensas de maneiras vil,

Mas sem perder o pudor,

Daquilo que ninguém viu

Não se conta como amor,

Desejos desordenados,

Devaneios de horror,

Entrelaçam nossas mentes,

Que muitas vezes doentes,

Professam imensas dores,

Mas nada tira esta empáfia,

De agirmos como máfias,

De exterminar sentimentos,

Nunca vi tanta perícia,

Nem incontáveis malicias,

Dentro de uma só pessoa,

Iremos apodrecer,

No andar do merecer,

De cada parte do corpo,

Comidos por percevejos,

Mataremos os desejos,

Daqueles que nos cobiçam,

São os ditos peçonhentos,

Horripilantes e nojentos,

Mas farão uma limpeza,

Da nossa parte nefasta,

De uma vida toda gasta,

Nestas inúteis torpezas,

Ao meu Deus peço clemência,

Se quiseres ô eminência!,

Podes ser uma realeza,

Te arrependas de verdade,

E peça por caridade,

Perdão, bondade, e grandeza.