À alguém, que não sei se existe

Às vezes, me chega um vento

que é do norte ou do sul.

Um leve cheiro de mar azul,

que é aquele sem as asperezas

das cristas ondas.

Com tristezas e melancolias

que não fazem mal;

só um sossego de final de dia.

Às vezes, me chega algo,

que não sei dizer o que é.

Algo que à tempos eu perseguia

ou, que me seguia

desde quando eu me vi.

Que quando olhei no espelho,

procurei uns olhares

que não eram os meus;

desenhei uns sorrisos,

nos lábios que serão teus.

Às vezes, me chegam ventos

que me trazem alecrins.

Então, fecho os olhos e sinto.

Te sinto parte de mim.