SIMPLICIDADE

A natureza toda é feita de coisas simples

A simplicidade é feita da capacidade de se abstrair em meio ao tropel das aspirações

Todavia, ser simples não é simples, porque é preciso controlar os desejos

O interesse por adquirir, por ter, por comprar, por ser dono

É preciso reduzir a urgência e a importância do dinheiro

Descobrir que viver não é ter e ter não é viver

Mas é muito difícil ser diferente na manada

De não seguir o curso, pois temos medo de ficar sozinhos

Medo de ser engolido pela monstro do fracasso

Assim não conseguimos ter amigos, temos interesses

Não temos sentimentos, temos a esperteza

Não temos individualidade, temos sistemas

Não temos amor nem a nós nem ao próximo, temos objetivos

Somos inseguros porque não temos paz

Não temos paz, por causa da insegurança

Não temos equilíbrio, porque não podemos perder o jogo

É o jogo que jogamos é o vale tudo

Há vírus que não nos permite nos religar-nos em nós mesmos

E assim nos impede de alcançar a simplicidade

E sem a simplicidade não seremos felizes

Como fomos na infância

Onde éramos felizes porque o dinheiro não era essencial

Essencial era descobrir cada pedacinho da vida

E devorá-lo com sorrisos

E como comíamos a vida!

E como tinha sabor!

Hoje nós é que somos devorados por ela

Mas é preciso a qualquer momento, empreender uma viagem

Para dentro do inóspito território do nosso interior

Para que possamos ouvir as batidas do nosso coração novamente

Ouvir o galo cantar nos arredores da alma

Á beira do pequeno riacho da tranquilidade.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/10/2010
Reeditado em 27/12/2013
Código do texto: T2533225
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