FOLHA SECA...

Alguém já percebeu o quanto frágil e liberta é a folha seca ao vento?

Livre… solitária… sem rumo certo.

Nada pré-definido por alguém… nem por coisa alguma.

Já foi tudo o que a natureza ditou-a ser.

Frágil.

Se a prendemos nas mãos… é pó. É nada.

Se a deixamos liberta… sem norte.

Ou será que seu norte não é esta ausência de norte?

Só… largada por um galho qualquer…

Que talvez não a tenha segurado como deveria.

Ou ainda… a forma como este galho a segurava…

Não era lá uma boa forma.

Só… porque decidiu amadurecer e largar-se deste galho.

Só.

Opção… sempre uma opção.

Dela – folha… ou de alguém – galho.

Liberta.

Não quer qualquer relação de pertencimento… não necessita.

Não pertence a nenhum lugar… nem a ninguém.

Apenas o vento a faz companhia de quando em vez – o Amor… o Ódio.

Nem sempre…

As vezes… o espaço vazio e escuro.

Ausência.

Alguém já percebeu?

Karla Mello

Outubro/2010

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 28/10/2010
Reeditado em 05/10/2017
Código do texto: T2583793
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