Escrevas...

Nunca escrevas o que dizes com a ferida flor - aberta em teu olhar. Escrevas o que contas com a alegria escancarada em teu sorriso e a alma serenamente pousada na graciosidade de teus gestos. Minto! Fales também da falta que sentes, da dor acovardada, de tuas reais impossibilidades, dos teus delírios ,que para isto fomos feitos e há um gozo na falta, na dor , nas perdas e nos sonhos. A vida é voo e árdua caminhada; há que se ter a leveza nas asas e os pés descalços para perceber a angústia de outros passos; pisar em falso para sentir faltar chão e roçar as asas num céu que se perde e se re-inventa a cada dia.

Ana Másala
Enviado por Ana Másala em 08/11/2010
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2603105