Só depois

Não posso, não quero

e nem devo morrer agora.

Não, sem antes te encontrar

e sentir teu gosto em mim.

Depois, terei a vida toda

para finalmente, morrer.

Quero passar janeiros,

despertar em fevereiros

e adormecer em marços.

Quero ter-te em setembros

e resmungar nos outubros

em que não te verei.

Não posso, não quero

e nem devo morrer agora.

Não, sem antes sentir-te

em adoráveis perfumes

e olhar tuas cores.

Depois, terei toda uma vida

para ser queixumes;

sentir mortes e dores.