Lanterna dos afogados

"Quando está escuro e ninguém te ouve
 quando chega a noite e você pode chorar
 há uma luz no túnel dos desesperados
 há um cais de porto pra quem precisa chegar
 eu estou na lanterna dos afogados
 eu estou te esperando, vê se não vai demorar" - 
Herbert Viana


      Quando a maré de tristeza inundar seus pensamentos e sufocar seu peito; o céu escuro e pesado como o chumbo cair sobre sua cabeça descoberta; e as forças de seus débeis braços falharem até não mais poderem manejar o leme: lembre e vê, eu sou o farol.

      E quando as ondas baixarem e uma leve brisa roçar sua face; o céu de infinito azul se abrir anunciando uma nova alvorada; e o sol de seus olhos brilhar e iluminar os meus: lembre e vê, você é o farol.

      Se sou tempestade, você é minha bonança. Conduz-me em águas mansas e faz soprar o vento em minhas velas. Sigo o caminho dos barcos, convergente e único. Sou terra, água, vento e fogo. Somos todos feitos da mesma luz.


novembro de 2010

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Este texto faz parte do exercício criativo "A Lanterna".
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