Amsterdam now
Pisando suave e descansando meus olhos vermelhos
vi anjos puxando vagões de trem em Leidsetraad
andando sobre plumas de uma turista australiana
vislumbrei transeuntes motorizados de bicicletas
“Deixe aqui sua vida, tenha uma nova visão”
“Deixe aqui seu prazer, viva com outro tesão”
os lixos me diziam: “Deixe aqui seu mal!”
as bolsas das bicicletas me convidavam a largar o céu
Leidseplein me deixou acariciar o sol e o cutuvelo agradeceu
vi enormes espaços de sobriedade entre as mesas da praça
vi uma enorme seta que me levava ao show que não aconteceu
me perdi entre hospitais que evitavam desgraças…
A rainha estava preparada em maio ensolarado
os suditos estavam fritando como a lava de Pompéia
eu estava descalço olhando o cisne de Vangogh
esperando meu cerebro voltar da viagem a Netuno.
Deus parecia querer me levar para o interrogatório
e diante da força que tenho acabei morrendo
pedi perdão a todos que amo sem abrir a boca
ressucitei, levantei, tomei uma água mineral e melhorei.