Porto seguro
Já não tenho mais medo.
Já não subo no poste, nem me amarro na corda,
gritando
prá não ir.
Já sinto no chão,
o ruído do trem chegando,
e não corro mais pela estação,
não me escondo,
não vou escada acima,
nen tento me atirar no poço.
Sento
na calçada,
e espero seu apito,
seu tchutchutchu.
Sei que se a porta se abrir,
vou entrar,
me acomodar num canto,
sem espernear,
sem me grudar em pescoços
e me sufocar em lenços,
não vou fugir pelo vale
nem caminhar para trás.
Agora eu sei
que, na primeira curva,
ele não vai descarrilhar,
que a estrada
não vai se apagar,
que a ponte
não vai ruir.
Já não lamento
ter acabado a viagem,
pois ela
só vai prosseguir.
***********Este poema eu fiz quando eu conheci minha alma gêmea.