Há muito tempo meu coração cansado emudeceu
Nada e ninguém tinham acesso a ele
Eu o lacrei de tal forma que nada pudesse tocá-lo
Há muito não olhava para alguém que me despertasse sequer curiosidade
E fazia tanto tempo que havia desistido de cultivar qualquer emoção
De repente você apareceu...
Não procurei de fato o encontrar, nem te quis por escolha,
Mesmo porque foi um acaso descobri-lo; nem te sabia no mundo
Agora sinto meu coração aberto e vibrante com uma nova música
Sinto cada instante passando e tua ausência me agitando
Mas quando você vem e vem tão docemente,
Cada um dos segundos de espera se transforma em quase nada
Você não me assusta, não me amedronta e nem afronta este sentimento
Você me acalma, traz paz quando vem bem devagar; que é como vem...
Fico abstraída do que me rodeia em pensamentos titulados pelo teu nome
Cada uma das vírgulas ou ponto que me dá me leva a imaginar universos
Tento ficar quieta para você e é inútil, uma impossibilidade em mim;
Porque a inquietação alegre que você traz, imediatamente causam respostas
Tento passar distante e indiferente ao meu coração
Mas não tem jeito, não posso, não consigo guardar apenas para mim
E acabo te dando numa bandeja enfeitada todo o meu querer
Esbanjo-me em palavras revelando assim o que tua presença me causa
E entrego por completo o quanto tua ausência me é intolerável
Vê? Já que não tem mais como esconder minhas contradições
E meu coração, passado tanto tempo em silêncio, quer barulho
Mas não qualquer som, quer apenas a música que você me traz