NEM TUDO ESTÁ PERDIDO


Quando passar a tempestade
Deixemos que a bonança possa amenizar
Ainda que lentamente a dor que se mistura
Às perdas, à saudade, a tristeza e até a indignação...
Que possam brotar novas flores do lodo e da lama
Pois de certa forma elas nos farão lembrar
De que a vida não se vai de todo, nem mesmo
Com a força das águas, dos ventos dos terremotos,
Das tempestades que parecem destruir tudo.
Apesar de tanta destruição, a esperança
De certa forma permanece para que se possa recomeçar
Revolvendo destroços e cinzas em busca de refazer
A vida que em algum lugar permanecerá intacta.
E se a vida continua tentemos renovar as esperanças
Para que mesmo em meio à lama e a dor
Possamos reunir forças para que as cicatrizes
Não destruam a dignidade que nos fortalece
E nos põe de pé mesmo que sangrando ainda o coração.
Ainda há tantos que não entendem, porém, por esses
É que devemos reunir força para ampará-los
Dando-lhes um pouco de nós que não será muito
Mas que somado a tantos mais fará a diferença
Na multiplicação e com certeza não nos fará falta alguma.
Que estejamos juntos até que passe a tempestade
Para esperarmos a bonança que há de vir
Com a renovação da esperança que parecia perdida
E se nos dermos às mãos haveremos de refazer
A vida que para tantos se foi num piscar de olhos
Levadas pelas águas, sufocando o grito que não se pode ouvir
Mas deixando além de um rastro de destruição,
Ensinamentos de solidariedade e amor fraterno.


Brasília, 25/01/2011