Cais.



Brademos em uníssono todos nós que ficamos no cais,

assistindo a partida dos nossos amores.

Agitemo-nos como as ondas

de nossos peitos em naufrágio.


Como pode haver beleza no adeus?


Se nossos gritos não alcançam a embarcação que leva-os

Se nossos curtos braços, são nulos e não mais enlaça-os

Se sucumbimos na espera que traz a noite,

apagando a paisagem do horizonte.


E nós ficamos no cais silenciosamente,

nossos sonhos tomados por piratas errantes,

e nossos corações a caminhar nas pranchas

de uma solidão que pilha as esperanças.


Agora do cais vemos somente a névoa

que encobre nossos olhos,

fazendo de nós apenas faróis adormecidos.


Cristhina Rangel.



Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 26/01/2011
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