"Sal"
Dos barcos todos que naufragaram
Ficou nuns, de fóra o mastro
Noutros, rastros de vidas
Sobrevividas ou engolidas
Pelo furioso mar,
De barcos calmos.
Tôdas as direções,
os sentidos, os ressentidos,
Robson Crusoés da vida
Uma prerrogativa
A interrogativa paira
Fremindo lôuca
Pela névoa pôuca que avisto
Longe, por todos os olhos,
Da separação: um-dois
meu-eu
"A" charada o superlativo de fé.
Feridas do coração à mostra
As águas traiçoeiras
De um amor Atlântida-Ilusão do meu ser
Angustiado, tendo às mãos o timão
Um norte que me deixa sem rumo...
E desenfreado, à pique sem pôrto-seguro
Longe pois, bem longe do teu farol
Centro-me no turbilhão das ondas
Furiosas, e eu vendo a Lua e sem bússola.
O céu em tempestade chóra meu desespêro
Em baixar âncoras no teu coração
Sem a maresia ou a ressaca de um adeus.
Onde a minha loucura É.
De fôrça total, jorrando
Fra(n)queza deste momento
Sem censuras, o ódio estanca, sumindo.
Dissipado, resumindo-se a tôda graciosidade de você, meu bem-querer.
O tempo depressa demais
as horas cheias repletas, de você!
Que as fazem mais depressa ainda passarem...
Horas, horas cheias pelo vazio de meu olhar
Isento de vias de interpretação, pois só me interessaria agora a sua interpretação em me olhar...
Eis você, que em vão meus pensamentos percorrem, afoitos...
Encharcados de veias dilatadas... pelo meu vício por...
Você!