Vindo o vento

Vindo o vento

E que venha o vento soprar tuas nesgas de tecido puído,

por sobre o manto de veludo azul.

Tão carcomido por estrelas estéreis, sem brilho, sem magia, sem poesia ou música...

E que venha a lágrima bendita do abandono em si próprio,

a dor da certeza da perda, as dúvidas que perduram nos catálogos futuros.

E que venha a saciedade do passado, o esperado ponto final, finalmente.

E que venha junto a isto tudo...

A negra noite insone e fria, que passará junto a ti, o resto de todos os teus dias,

Mesmo quando estiveres queimando em falso fogo.

Na mente saberás do vento morno, que há tanto e por tanto tempo te cobriu,

Aquecendo-te das intempéries da vida...

Mas que naquela tempestade voou, se foi...para nunca mais...

E que venha o vento...

Que venha o vento.

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 28/02/2011
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