PERDIDA... A DERIVA
Preciso parar de olhar espelhos,
e querer ver reflexos.
A alma não tem imagem,
e ninguém é igual.
Uma vez perdida...
nunca mais será encontrada.
Pode ser para o bem ou para o mal.
Eu amo é sólido...
e de repente a solidez da essência flui...
e chega ao vento, não encontra onde fixar...
fica perdida, a deriva.
Não falarei mais... e não esperarei...
os sons das palavras podem alterar o sentido,
ao invés de gerar felicidade,
podem trazer somente desventuras.
Eu quero paz em minha alma,
mesmo que o corpo se agite,
se angustie em procuras.
A janela aberta... fechei.
Os meus guardados... escondi.
Os olhos que fitam de longe...
não serão mais cativos... soltei...
os sentimentos... reprimi.
A gaveta aberta mostrava tudo,
até o fundo.
Tratei de fechar e coloquei cadeado.
A chave... escondi,
até de mim mesma...
para não incorrer no erro.
Não vale a pena mostrar para ninguém.
Não entendem,
não querem realmente ver...
e nada posso fazer...
a não ser eu mesma entender,
e não criar ilusões.
Você partiu...
e eu entendi que tudo acabou.
Aquele encontro de dois corações...
infelizmente ou não... ainda não sei...
nunca existiu...
e do sonho... minha alma acordou.
Revi conceitos e entendi...
a janela pode ficar aberta,
todos irão ver...
mas, quando eu for abrir a porta...
só o correto que poderá entrar e conhecer.
Ruthy Neves