SUAVE OUTONAR

SUAVE OUTONAR

As noites morriam mais cedo e ventos outonais sopravam insistentes brisas nas janelas da alma. Estremeceu-me o corpo, este suave outonar, mas só te percebi quando misturou-se aos meus sonhos. Num bater de asas de pássaro, feito pé de vento revirou meus sentimentos, folhas amareladas pela desesperança. Do céu de minha boca, recolhestes estrelas e impregnou-me a pele esse teu cheiro. Desvendou mistérios muito além das retinas e, veloz, percorreu vermelhos sanguíneos. Num sopro suave afastou nuvens de incertezas e orvalhou madrugadas. Amanhecestes amor no coração.

Helena da Rosa

23.03.2011