AMOR E O CÉU

Evaldo da Veiga


De volta do trabalho, no final do dia,
lá estava Rosinha me esperando pra namorar.

Não havia no lugar, cabocla mais namoradeira,
mas que só namorava um namorado só.

Ela dizia que namoro de um era pouco, dois sim,
e de três é demais; mas entre escolher namoro de um ou de três, preferia namoro de um, namorar a si mesma.

Rosinha era muito prendada e cheia de filosofia simples,
feitas para o gasto. Por exemplo: ela dizia 
que todos os namorados que namorassem bem,
 bem amantes e bem amiguinhos, 
quando morressem iriam para o céu 
e cortariam um lindo bolo com faca de ouro, ao lado de Deus. 

Dizia também que Deus olhava tudo: podia-se namorar,
brincar, tocar bem legal, comer a mariola... e gozar muito.

Brigar não, Deus não gostava, porque casal que briga não ama.
Só pode brincar, gozar e amar...
Na dúvida, dizia Rosinha: 
- perguntem à vida, consultem os Deuses.


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