Rastros de borboletas
Inúmeras e de todos os tamanhos.
Salpicavam pequenas flores coloridas
Da calçada da rua, antiga rua onde eu morava...
Borboletas pequenas, de todas as formas...
Formavam um tapete a minha frente
A cena me transportou para outros tempos,
Nos tempos de quando, morando no campo,
Os cravos e estrelinhas nasciam por todos os lados,
Sinto o cheiro dos cravos...
E ouço vozes perdidas ao longo do tempo!
Aos gritos e risos das crianças, ouço também
Outras vozes que aos pouquinhos
A saudade vai depositando
Nas caixinhas da perpetualidade!
Ainda há cenas vivas na memória:
Das camas de cravo que fazia debaixo das árvores
Só para ficar olhando para o céu...
Inventando brincadeiras com as nuvens.
Minha infância tinha cheiro... De terra,
De cravo, de mato verde.
Tinha cores...
Tão colorida quanto as borboletas...
Minha infância tinha gosto,
Dos bolinhos de chuva da mamãe,
Tinha sonhos...
Que o outono tenta apagar
Com a chegada do inverno.