038 - CORAÇÃO DESAVERGONHADO....

Hoje eu me sinto como um livro escrito exclusivamente para a minha amada, mas que ela sequer quis recebê-lo e em um canto qualquer da biblioteca do meu coração ficou esquecido. Quantas emoções existem em minhas páginas, quantos amores e desamores, quantos sonhos inesquecíveis relatados com detalhes tão sutis e pungentes que levaria às lagrimas aquele coração tão insensível.

Das vezes me sinto como uma carta enviada a minha amada que no destino não foi encontrada, agora devolvida jaz sob a soleira da porta de entrada da minha casa que terminantemente recuso recebe-la. Se a minha amada a carta tivesse lido tudo teria sido esclarecido, o desentendido ficaria entendido, o que aparentemente é deixaria de ser, o que foi sublimemente voltaria a ser e o desencontro se encontraria numa doce reconciliação, ela ficaria sabendo que tudo não passa de um mal entendido e que a verdade não teve tempo de se mostrar.

Hoje eu me sinto vagamente só, só queira que ela abrisse o livro que existe dentro do meu peito e ao lê-lo saberia o quanto a amo, o quanto a desejo...

Queria também que ela recebesse aquela carta escrita há tanto tempo e o que nela está escrito também está escrito no meu olhar e é tão fácil me decifrar...

Em meio a tudo isso, eu ainda fico ansioso esperando que ela passe pela calçada da minha solidão, ela finge que não vê, quando me vê eu sinto que naquele olhar não existe desprezo, melhor se assim fosse, mas o que sinto é que ela por mim tem é piedade, sou um mendigo a implorar esmolas do seu amor...

O verdadeiro amor para existir não precisa do pedir, ama-se porque se ama, mesmo ciente de tudo isso quando ela passa o meu coração desavergonhadamente pelo olhar enternecido insiste em mendigar por um pouquinho do seu amor... Ela não me vê... Mas o tempo há de pedir na palma da minha mão seus olhos para verem a dor da minha solidão...

A vida tem dessas coisas, e são essas coisas que dão algum sentido a nossas vidas, melhor amar e não ser amado do que não amar e não ser amado!!!!

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 15/04/2011
Reeditado em 11/05/2011
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