061 – O BARQUEIRO DA MORTE...

Dentro do escuro desta noite eu sigo sem saber pra aonde ir, mas eu sei que não volto mais aqui! Tudo o que um dia eu fui em um ponto pensante se resume, alço vôo quando penso que estou voando, caminho por caminhos descaminhados quando penso que caminhando caminho, sonho que sonho no sonho da ilusão antiga nos braços da minha amada a me beijar no desfilar de sonhos quando penso que estou sonhando, o que intriga é que quando falo ninguém me ouve, falo ao vento e o vento passa por mim, mas eu não sinto o vento passar, passa um estranha sensação que o vento passa por mim quando penso que o vento passa por mim, uma força misteriosa a me empurrar rumo ao imponderável, mesmo relutante sou por demais insignificante para resistir no arrasto sendo arrastado...

Morrer é tão impreciso...

Caminho conhecido de traçado preciso do engenho da alma universal arquitetou esta passagem no rio da morte, amedrontamento desmerecido de sentido face ao desconhecido no vagar da alma no vazio.

Na mente cessante desfilar de momentos felizes ou infelizes vividos, últimos relampejos de uma vida exaurida.

Oh! Barqueiro!

Pega seu barco e reme pro meu lado.

Atravessar o rio é preciso no reino da morte adentrar, quando na outra margem chegar esquecido ficarei do que fui até então.

Ao me ver sem rumo e desprovido de um imã guia, grite bem alto porque o momento é de confusão, de trevas e de luzes a cegar, que sua voz seja um mapa caminho para que eu possa finalmente encontrar a casa antiga minha morada.

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 25/05/2011
Reeditado em 27/05/2011
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