Bolhas de Papel

O acaso encontrou-nos à ocaso. Fez-me trocar olhares. És tão humano. Humanos são formigas em bolhas de papel. Seus papéis? Ah, seus papéis. São camurças ou ofícios? Quem dera a quimera de prever-te? O oceano dos teus olhos é profundo demais para um mergulhador. O universo de suas palavras é infinito demais para as minhas tecnologias. Mas eu fui... fui de bactéria à arquitetura humanística. Porém, seus lábios que se movem de modo artificial, a beleza de teu olhar infinito e esse preto que esconde o teu branco, estou descobrindo e agora já faz parte. E mesmo que eu morra de amor por ti, esse saber, como bolhas de papel construída por formigas, estará em minha arquitetura, na minha vida, na minha morte.