A ROSA

Naquele tempo disto, a rosa mais linda que havia no meu mundo se perdera no vendaval. Tanto carinho para que se perpetuasse de nada valera, pois meu maior inimigo, metamorfoseado como tempo, colheu minha primavera ancestral. Quanta dor e tristeza... tormento, pois nem pétalas pareciam restar da dita catástrofe para acalentar tamanha chaga cristã. Aqui estou eu e na roda da vida que para frente anda, tramito entre processos que revelam minha solidão, meu vazio e existência. A dor de sentir doloridos apenas por ter minha roseira, a mais bela entre todas as alegrias plantadas, pelo vilão desta vida raptada, valem mais que o vácuo do nada. Sonhei tanto, lutei tanto e tudo sustentado por terra fora com a roseira querida. Porém hoje e somente agora restou a desterrada dor da rosa que vermelha parece querer brotar com espinhos, tal esperança, sem cuidados e mimos por mim um dia a ela cuidadosamente depositados.

Marco Kbral
Enviado por Marco Kbral em 06/06/2011
Código do texto: T3018321
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