066 – DESVAIRADAMENTE

Uma rua esticada de grandezas metamorfoseantes e de agudas estranhices, colorida de temores infundados minha alma nela caminha e se ergue para o espanto das estrelas e desavergonhadamente beija a face da lua que resplandece para o jogral.

Na minha mente demente esses pensamentos tolos afluem desvairadamente sem nexo algum, caleidoscópio maluco desnorteado no refletir de segredos meus tão penosamente escondidos agora inexplicavelmente, despreocupadamente, em imperfeitos painéis luminosos nas paredes da minha alma se projetam.

O imaginar no refletir absortamente sem nada premeditar, vagamente as mutações alinhadas no inesperado, cenário imponderado de racionalidades no acelerado e contínuo meu eu desconstruindo.

No turbilhão de cores e emoções tudo a girar, vendaval imprevisível no arrancar das entranhas da alma as dores e as cinzentas emoções pela razão antes subjugadas, agora livres a dançar no rodopio a avivar antigas cores, a espantar e maravilhar.

A grandeza da leveza do momento aturdindo as minhas certezas, a alma inebriada pelo momento se engrandece na vã crença de liberta do corpo ainda acorrentada ignora, arvorada na sensação de liberta fascinada no repentino clarão de sonhos recalcados agora florindo, admira, e se admira por tantas coisas ignoradas, não mortas, mas em seu seio guardadas que aleatoriamente explodem em luzes e cores quando do jugo consciência vão se libertando...

Erupção das profundezas mais íntimas e imperfeitas do meu universo amaldiçoado, recalcado, perfeição da imperfeição da minha personalidade, relampejos a iluminar os porões mais tenebrosos, depósito dos meus temores, invejas, humilhações, mediocridades, sabidamente abafadas que no falseio dos momentos, porteiras arrombadas, tramelas quebradas, correntes arrebentadas, e o meu eu, o mais repugnante, libertário, na passarela dos sonhos a desfilar triunfante...

A perplexidade é que tão pouco me conheço, estranhamente no estranho que assombra, nele me reconheço...

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 06/06/2011
Reeditado em 08/06/2011
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