Há jeito fácil e jeito difícil de esquecer?
Me veio agora uma dúvida.
Haverá um jeito mais fácil de lidar com o esquecimento do ser amado?
Falo do esquecimento obrigatório, dessas medidas urgentes que tomamos pra remediar um coração sofrido pela falta de correspondência amorosa. Há jeito fácil e jeito difícil de esquecer?
Tenho pra mim que estou sempre passando pelos processos de esquecimento mais dolorosos. Será só comigo? Complico demais? Exagero? Dificulto? Não sei.
Toma-se a decisão de desistir do ser amado. Deixá-lo ir viver a vida, bem longe se possível, pra evitar recaídas. Até ousa-se rogar "não me procures mais". Mas os dias que se seguem a tal decisão são massacrantes. Agonizantes. Inquietantes. Dolorosos. E sem fim. Ah sim, o tempo parece não passar.
Deixa-se no sábado, e poxa vida, ainda é terça?? Quanto mais disso ainda falta?
Tá no manual que isso tudo passa. Chega uma hora que para de doer, de dar insônia e ânsias de choro.
E tem ainda o fio de esperança de que o tal ser amado depois de ido, experimentado outros ares, sentido outros amores, volte com súplicas no olhar e nas palavras e reconheça que é aqui o seu lugar. Aqui onde estamos. Ou qualquer outro lugar onde estivermos. Volte reconhecendo que somos seu lugar. E que foram massacrantes, agonizantes, inquietantes, dolorosos, e infindáveis o dias sem nós.
Continuo a pensar.