VOZES DO VENTO

Sonia Barbosa Baptista

(Prosa-Poética)

Quando mais precisava, ele vinha em seu socorro.

Perdeu a conta das vezes, em que jogou água no corpo e, nada abrandava o calor que estava sentindo.

O leque tentava amenizar e, estava quase sufocando, quando ouviu um leve sopro no pescoço a dizer:

Sou como a água que mata sua sede e, lhe dá a sensação confortante no chuveiro...

Também sou como a brisa que molha seus cabelos quando na madrugada, pelo jardim vai em busca de inspiração, nas rosas que entregues ao prazer, da carícia das gotas de orvalho, sentem que amanhecerão mais belas e perfumadas.

Não falo como a voz dos humanos, tão pouco sou mudo.

Tenho um som que mete medo quando fico furioso.

Mas no meu estado normal sou cálido e, sei falar ao coração, amenizar o risco de levar ao colapso por falta de oxigenação.

Sou a voz do vento e, na agressividade do vendaval, arraso cidades inteiras.

Porém, sei ser delicado quando se trata de refrescar o calor e, despudoradamente assoprar no pescoço das pessoas.

Comigo ninguém pode, sou livre, invado pessoas e casas, mas tenho a convicção que salvo vidas, aliviando o calor quando ele atinge quarenta graus.

25/06/2011

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OBRIGADA POETA LAERTE CREDER LOPES, LINDA INTERAÇÃO!

E a Terra era vazia... Desprovida de qualquer som...

Mas um amor imenso e mais antigo que o silêncio,deu vida a toda criação e nela fez brotar o desejo de viver.

Eis o sussurro do vento marcando sua presença,revelando grandes segredos à montanha,que por sua vez partilha com ele segredos de sua intimidade,fazendo-o seu único e eterno confidente.

11/12/2011 15:36h

(Laerte Creder Lopes)

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Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 25/06/2011
Reeditado em 11/12/2011
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