Uma viagem ao âmago de si mesmo

Uma viagem ao âmago de si mesmo

Um mero pescador, um navegante do mar...

Em sua frágil jangada sente nas costas o desejo

de sua fortaleza, mas na realidade dos fatos é só

uma jangada a quebrar as ondas, pensando-se ser um navio mercante...

Mesmo assim , segue o pescador, corajoso e ciente de seus

atributos e deveres.

Numa noite de lua cheia, o pescador joga sua vara ao mar,

sem sequer imaginar o que estava por acontecer.

O fio de nylon de seu anzol pousou no verde esmeralda,

salgado de tantas dores e imagens, mais parecia um traço

feito por Leonardo...algo de arte havia naquele pousar...

Cai o fio...afunda lentamente...e por horas espera o pescador...

ja com sua mente dormente

Quando em meio a luz da lua, nesta noite, cheia! Barriguda...

Vê o pescador uma sombra gigantesca, na teia de sua mente doente...

E pensa o pescador já sem fôlego

- O que é isto meu Deus? Porque temo?

Sai do mar uma coisa, quase sem explicação, sai do sal sua sombra,

explodindo em cores e clarões!

O pescador se apavora, mas paira em olhos e cílios!

Carcomidos estão os seus gritos e calado engole sua alma

Olha apenas e se afasta...

Larga o fio de aversão

Morre o poeta de infarto! e o pescador, pesca sua alma então.

Márcia Poesia de Sá – 11.06.2011

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 26/06/2011
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