Pobre de nós...

Parecia eterno, mas teve fim num dia desses,

e vimos o tempo atropelando-nos pela janela.

O clarão da noite foi muito mais do que a luz das palavras

e real, só o meu calor sobre a pele.

Eu pensava, enquanto não ouvia as frases que nunca foram ditas,

mas que jogavam na cara, a indiferença estabelecida,

então foi impossível contestar...

Era apenas a minha presença num diálogo que seria nosso.

(Não, meu amor, assim eu não posso continuar.)

Cansei de amar sozinha, ( eu disse a mim, enquanto esperava alguma coisa acontecer...e rolava a barra, relia os e-mails,

procurando nos teus poemas mais motivos para te esquecer.)

E esperava a felicidade embaixo de alguma árvore virtual,

que me desse algum fruto real (doce e molhado),

mas surpreendeu-me um pequeno gnomo (alado)

que desmentiu tuas promessas (a mim feitas)

revelando-me que ao amor verdadeiro

designam várias receitas...

Pobre de mim que não sei cozinhar...

AURORA ZANLUCHI
Enviado por AURORA ZANLUCHI em 26/06/2011
Reeditado em 06/11/2011
Código do texto: T3058951
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