O Lamento De Um Filho Bastardo(Pátria)

Ó mãe! De ti nós todos descendemos.
Negros, brancos e indígenas...
Por qual motivo serves unicamente a uns e menospreza a outros?
Quando nasci largou-me à própria sorte,
Enquanto aos outros envolveu em seus braços.
De ti não almejo glória, apenas um afago e proteção,
Mas por que negas a mim, o que a outros proporciona sem objeção?
Ó mãe! olha teus filhos, vê quanta dor lhes causa,
Vê o que fazem a si mesmos e quanto mal causam a seu próximo.
Meu coração está sangrando, porém não poderia eu,
Continuar a ignorar o que meus olhos veem.
Deixa parte de seus filhos ao relento, enquanto a outros assenta em mansões,
Recobre de linho o teu escolhido e ao bastardo entrega apenas os trapos.
Permite que teus filhos tratem aos irmãos com desdém,
Quando poderia ensinar o valor do respeito para com seu próximo.
Mesmo maltratado conservo por ti o amor de um filho,
E mesmo sem teu amor, por tua honra derramo meu sangue.
Só lhe peço...  Ó pátria! Que por tal sacrifício, teus filhos bastardos,
Mereçam de ti o orgulho que tu dedicas àqueles que por ti nada fazem.

Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 09/07/2011
Reeditado em 14/10/2012
Código do texto: T3085816
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