Meu primeiro encontro com a fúria
A imagem que transparece
não é.
Olho olhos profundos,
traços marcados,
corpo abandonado,
batom borrado,
e o rímel percorrendo o rosto.
Olhos insanos fixos no espelho,
maldito sorriso apático.
Por essa luz que me alumia,
onde estás Cristo?
Lanço furiosamente todos os objetos
sobre a parede do meu quarto.
Meu coração não sei porque quer me ter.
Sou fera a procura da caça.
Posso sentir o exalar do sexo
quero ser a abelha rainha,
num ritual de fertilidade,
sem culpa nem remorsos,
e não a fera ferida.
Me sinto uma pintura de Van Gogh,
obra prima,
marcada em
migalhas.
O instinto primitivo me faz possessa.
Que o mundo vá para raio que o parta.
Viver é uma puta sacanagem
Estou cansada,
não suporto esse espelho.
Paro de chorar e petrifico meu coração,
a invejar as maquinas que apenas se cumprem.