Meu primeiro encontro com a fúria

A imagem que transparece

não é.

Olho olhos profundos,

traços marcados,

corpo abandonado,

batom borrado,

e o rímel percorrendo o rosto.

Olhos insanos fixos no espelho,

maldito sorriso apático.

Por essa luz que me alumia,

onde estás Cristo?

Lanço furiosamente todos os objetos

sobre a parede do meu quarto.

Meu coração não sei porque quer me ter.

Sou fera a procura da caça.

Posso sentir o exalar do sexo

quero ser a abelha rainha,

num ritual de fertilidade,

sem culpa nem remorsos,

e não a fera ferida.

Me sinto uma pintura de Van Gogh,

obra prima,

marcada em

migalhas.

O instinto primitivo me faz possessa.

Que o mundo vá para raio que o parta.

Viver é uma puta sacanagem

Estou cansada,

não suporto esse espelho.

Paro de chorar e petrifico meu coração,

a invejar as maquinas que apenas se cumprem.

Só por te
Enviado por Só por te em 17/08/2011
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T3165153
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