J o s é
Jorge Luiz da Silva Alves






     Ironia das ironias, oh! Pio, casto, devoto, fiel: tantos adjetivos por entregar teu ardoroso coração não à Débora ou Jussara, mas à Maria. Vocação para obreiro na Galiléia devastada pela Roma profana, conservastes a integridade mesmo quando o Arcanjo anunciara a chegada do Cordeiro no ventre virgem da companheira – sublimando a fome da carne pela sede das famílias, cujos filhos eram passados à lâmina do Herodíades por luxúria à Salomé. Conduzistes a Redenção à manjedoura, abristes mão do ofício marital pela tutela discreta do Deus Menino... Oh, José: e agora?! Que será de teus filhos, contemporâneos nas desgraças atemporais deste mundo? Do Gólgota à Baixada Fluminense, dos Santos Mártires d'outrora às bíblicas pragas consumistas d'agora, quantos calvários serão necessários para estancar a dor e o sangue dos pais desta inaudita sina de coadjuvante da Esperança?!



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Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 25/08/2011
Reeditado em 06/09/2011
Código do texto: T3181600
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