Festa em Prosa

Guardo nas mãos, um tanto abertas, as claves de sol.

Com um sopro leve, ganho vida, ganho sonhos e termino em dó.

Sem claves de fá, deixo os gritos do meu peito guardar espaços para notas altas.

Berros sustenidos, entre sussurros e bemóis, brilham meus olhos fartos de vida, rasos d’água.

É festa! É sonho! É estrada! É dó! É mi, lá e é sol!

Sol que abre em todas as minhas manhãs, agraciando-me com a graça de contemplar a luz.

É mais um ano. É mais um tanto. E é mais, é humano.

Sonhos, cifras e refrões.

É vida além da minha, é o sorriso gritando os meus cantos.

Mais um ano. Mais uma chance. E eu, mais humana.

Ainda sonho...

E faço festa em prosa, enfeitando meus sonhos com notas musicais...