Versos Perversos

Hoje pensei que tudo estava morto

A me ver deitado até abrir os olhos beges

Em um chão morto em agonizantes paredes

E para minha surpresa tudo torto

Tudo ermo então eu enxerguei

Como são cretinos os versos

Que atravessam a escuridão

Com suas espadas sangrentas

Que nos fazem assassinar em instantes

Nossas ideias mais belas

Os meus momentos mais brilhantes

Estão ali jazendo no morto chão

Pressionando minha culposa mente

Que chora tão clemente

Não pense que é compaixão

É o puro marasmo que me acomoda

Mortos ali no chão

Descansam meus infames versos

Esperando a paixão

Morta pelos teus invernos.

O amor desfalece pela coragem inexistente

Pela constante falta de oportunidade

Pelo nosso insistente ódio resistente

Que em tuas mãos contém uma nova vivacidade.

Luiz Henrique Santos
Enviado por Luiz Henrique Santos em 15/09/2011
Código do texto: T3221367
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