A procura
O que faço do instante
se não quero reconhecer-me.
Tá doendo ser quem sou.
Choro compulsivamente.
Há mil demônios dentro de mim.
Aaaaaaaaah...
o que eu faço agora?
Me perco como uma pintura, que desmancha no quadro.
Sou cor de outras cores sem ser.
A sombra que passa e desaparece.
Uma flor sem primavera.
Eu não suporto a dor
e sinto vontade de guerrear.
Quebrar todas as taças
de uma glória sem causa.
Sinto o sangue percorrer o corpo como uma tempestade,
meus olhos em fúria.
A ira dos deuses é minha.
A espada que corta a alma.
Tenho o poder de decompor a matéria
e olhar para o nada.
Só assim posso me olhar do avesso
e talvez me compreender,
que sou isso e nada mais.