Camisa verde oliva

e caí de pés para o alto, com o peito aberto pro o céu, sugando com os olhos o azul que se estendia de ponta à ponta, e dedos sujos de areia, com um vento que carregava as folhas para o outro lado da cidade, belas árvores, um sorriso cortando meus lábio de um canto a outro, e outro azul de meus olhos redondos, com pássaros coloridos em torno das flores vermelhas e menina pequena voando ao vento que corria das nuvens pro fim da rua que não tinha fim, sem casas nem cachorros, só luzes e pedras num chão amórfico, com tinta amarela grudada no chão do passeio largo com amarelinha, e minha camisa verde oliva surrada, balançando ao toque dos tambores que tocavam às mãos do menino de rua de dentes brancos, assim, com tudo afastado, presente num mundo que não era esse mundo, distante de tudo, tudo engraçado, sem essa cara feia de um mundo marrom.

Josué Mendonça
Enviado por Josué Mendonça em 22/12/2006
Reeditado em 22/12/2006
Código do texto: T324916